quarta-feira, 26 de maio de 2010

GALINHAS!

GALINHAS! GALINHAS! GALINHAS!!

domingo, 23 de maio de 2010

Se eu tivesse uma Escola de Formação #1

Uma das áreas de formação destinar-se-ia a todos os cidadãos que não são economistas, TOC, contabilistas nem membros do Ministério das Finanças. Mas que pagam impostos, fazem o IRS, passam Recibos Verdes e são constantemente papados pelas nossas Finanças. Por ignorância e crença nas explicações diferenciadas dos colarinhos brancos atrás dos balcões.

Seria algo do género: Finanças para Dummies.

sábado, 1 de maio de 2010

Café em Lisboa

Dá-me um prazer desmesurado passar horas num café sozinha.

A ouvir e sentir. Os passos, as cadeiras a arrastar, as conversas. Sobretudo as conversas. Sou bisbilhoteira. Sempre o assumi, sem ponta de vergonha. Por isso, gosto de ouvir a conversa dos outros, observá-los. Nem sempre para tecer comentários mais ou menos positivos sobre as mesmas. Mais para saber, e sentir. Sentir conversas, descobrir-lhes os encantos, as origens.

Lembro-me de em criança ficar muito intrigada com a forma como as pessoas começam a conversar.

Pela mão da minha avó, percorria caminhos desconhecidos todos os dias, sempre ao encontro de uma amiga, de uma vizinha, de alguém que passava. Dali a pouco, já se conversava animadamente sobre qualquer coisa. E isso intrigava-me. «Porque raio começam as pessoas a conversar? Como o fazem?», perguntava.

Ainda hoje isso acontece. Já não me questiono tanto porque conversam. Já tenho como certa a necessidade de comunicação verbal, mas não deixa de me deslumbrar os trilhos das conversas. Que caminhos percorrem, de onde vêm e para onde vão? Algum dia chegam ao fim? As conversas.


Café em Lisboa, 19h do dia 1 de Maio

«O que interessa é a relação entre os conceitos. Não interessa a matéria, estás a ver? O que interessa é a relação entre o todo e as partes», disse a rapariga de amarelo, muito assertivamente, na mesa do canto.

«E o que é isso me diz?», pergunta a amiga de branco, levantando o sobrolho.

«Não diz nada, é mesmo assim... (silêncio). Isto depois é uma proposição analítica.», conclui.

Aqui discute-se a filosofia de David Hume.

Palavras de que gosto #1

Assim como acontece com as palavras de que não gosto, também me deparo diariamente com a pronunciação de inúmeras palavras de que gosto muito. Na grande maioria das vezes sei explicar concretamente porquê. Nas restantes, é apenas um doce afecto. E isto de sentir afecto por palavras é estranho.

«Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.»

Alexandre O'Neill

«colmatar»

v. tr.
1. Encher uma depressão ou abertura com determinado material. = TAPAR
2. Corrigir ou completar as falhas de alguma coisa.
3. Fazer a colmatagem de.

In Priberam.pt

Lembro-me de várias vezes nos tempos de faculdade sugerir este verbo para trabalhos de Tv, ou escrevê-lo em trabalhos escritos. Algumas vezes com sucesso outras nem tanto. Mas é uma palavra que me preenche. Induz-me a ideia de ultrapassar, mas não só. Algo mais.

Não apenas passar por um obstáculo e ultrapassá-lo, mas a ideia de o arruinar por completo, não deixando alternativa de aparecer novamente no caminho.

Esta ideia descansa-me.