Ele tem barbas brancas de cinismo, anda devagar. Normalmente nem se dá por ele, tão silencioso que é. Olhamos de relance e lá está à espreita. Muito digno sempre, quem tem brio não se esconde. Domina e sabe convencer. É óptimo para debater umas quantas ideias, regadas a tinto.
Às vezes irrito-me com ele, porque aparece mesmo muito de repente. Nunca consegui lidar com surpresas. Não gosto. Além disso, todos me julgam mal por o acompanhar. «Como consegues?». É um fardo muito pesado. Custa, dói. Sei que não é fácil. Mas ele já há muito está na minha casa. No quarto de hóspedes, onde se deita todos os dias com a sensação de trabalho feito. Podem perguntar porquê, ou porque não o mando simplesmente embora.
A verdade é que ele é convidado, um convidado de honra que veio para ficar.
Orgulho
s. m.
Manifestação do alto apreço ou conceito em que alguém se tem.
Soberba ridícula.
Brio.
Há 12 anos
2 comentários:
ao ler isto percebo que ofereci a máquina de escrever à pessoa certa. *
:)
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