Entrei a correr no autocarro, a caminho do trabalho. Perguntei a um senhor que estava sentado nos lugares prioritários se aquele era o 709. «É sim, menina!», respondeu prontamente. Na ausência de lugares disponíveis, fiquei em pé. Poucos segundos depois, volta-se para mim e pergunta: «A menina não se quer sentar?».
Respondi que não, pois aqueles são lugares prioritários. «Mas a menina nesse estado não pode ir em pé! Ainda por cima já com alguns meses de gravidez!»Fiquei azul, cor-de-rosa e de tantas outras cores. Embaraçada, não consegui dissuadi-lo da minha suposta gravidez. «Não, deixe estar. Gravidez não é doença», disse, já muito envergonhada.
Tempos depois, num almoço de trabalho com vários jornalistas em Aveiro, iniciou-se uma conversa sobre idades. «Tu tens para aí 32 anos, certo?», perguntou-me uma jornalista. Mesmo ciente de que a minha idade iria provocar algum espanto, decidi arriscar. As minhas expectativas foram correspondidas. Entre a surpresa e o desconforto, lá ouvi uns quantos comentários. «Não pareces nada! Pareces mais adulta, mas isso é bom.»
Aos olhos de muitas novas pessoas que conheço, tenho mais de 30 anos e estou grávida. A parte da gravidez resolve-se com uma dieta. Mas nunca percebi porque pareço mais velha e o que posso fazer para deixar de parecer…
Há 11 anos
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