quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Maçãs

Ao passar perto de uma frutaria penso no quão excitante seria assomar-me à entrada e discretamente roubar umas quantas maçãs. Continuar a andar, passando despercebida, e, assim que saísse do campo de visão do dono, desatar a correr. Eu e as minhas maçãs acabadas de roubar.

Da mesma forma que, sabendo dados de entrada de alguns BO do meu trabalho, dou por mim a pensar que gostaria imenso de ser a mente por trás de uma operação de burla gigante. Não pelos louros, simplesmente pela excitação de saber que fiz algo errado. Assim como acontecia quando roubava um pouco do bolo de chocolate acabado de fazer sem a autorização da minha mãe.

P.S.: Este discurso pode ter várias explicações:

1. Estou a desenvolver o instinto criminoso que sempre quis esconder
2. Tenho saudades do bolo de chocolate da minha mãe
3. Estou incrivelmente aborrecida

3 comentários:

João Campos disse...

Quarta explicação, vinda directamente da minha profunda "sabedoria rural":

"Fruta roubada sabe sempre melhor".

Confirmação pela experiência: as melhores laranjas e nêsperas, e os melhores marmelos que já comi, foi tudo roubadinho. Que delícia.

Diz lá que não dá jeito teres um amigo provinciano para te ensinar estas coisas. Ou delinquente. Dá para tudo.

:)

L.Chatterley disse...

Dá muito jeito, mesmo. Principalmente porque sou leiga nas lides da vida rural. No outro dia perguntei se as galinhas não cantavam. Foi gargalhada geral.

Tenho pena de não ter tido uma infância mias próxima do campo.
*

João Campos disse...

Depende, minha amiga. É um facto que as galinhas não cantam, cacarejam. Mas há por aí muito boa gente que diz cantar e não faz mais do que... cacarejar.

E também te posso dizer que uma infância rural não é tudo na vida - é giro, mas tem aspectos menos bons, sobretudo quando acabas por ir viver para a cidade. Devias ter visto as minhas primeiras aventuras numa sala de cinema :)